Resenha: O Núcleo - Missão ao Centro da Terra (2003)

Luiza OliveiraAndré LuizCamila FerreiraJean CarlosJessilene MiriamLorena PaulaCrislane LeiteFabrícia Soares




Profº Samuel / Matéria: Física





O Núcleo - Missão ao Centro da Terra (The Core no original) é um filme estadunidense de ficção-científica, aventura e ação. O filme conta sobre acontecimentos estranhos que rodeiam a Terra quando subitamente ela para de realizar seu movimento de rotação, responsável pela administração da vida na Terra. Para resolver este problema e trazer a Terra de volta a sua rotação e curso natural o geofísico Josh Keyes (Aaron Eckhatconstrói uma equipe com as maiores mentes do planeta que têm como missão ir ao Núcleo da Terra para reativar a rotação do planeta.  
O filme conta com uma seleção de elenco incrível, de atores experientes e bem reconhecidos em Hollywood.  
Conta com Aaron Eckhart, ator americano de 21 anos de carreira, que consegue atuar de uma comédia romântica a um filme de ficção científica, muito flexível com seus papéis, ele fez um ótimo trabalho como um “cientista louco” estando sempre passos à frente no filme. Hilary Swank já merece total respeito por receber um Oscar em “Meninos não Choram” (1999) e o segundo em “Menina de Ouro” (2004) um ano após sua estreia em o Núcleo. Ela passa de forma convincente e real as preocupações e ambições de uma Major das Forças Aéreas Americanas, sua personagem não teve tanto tempo ou conflito para desenvolvimento na tela, foram apenas uma perda e fracasso para que ela aprendesse que nem todos os líderes têm sucesso em suas missões, mas com um filme com mais de três “heróis” não podemos exigir um desenvolvimento amplo, sendo assim, a atriz cumpriu bem seu papel.  
Stanley Tucci faz o clichê de “cientista famoso babaca egocêntrico” ao qual está sempre preocupado com o que ele irá ganhar a partir daquilo ou sua reputação de uma das mais brilhantes mentes do mundo. Stanley tem uma carreira longa em Hollywood, tendo atuado, produzido, dirigido e escrito filmes, tem uma encenação que lhe faz amar ou odiar o personagem a depender do qual, com um Oscar de Ator Coadjuvante, um Globo de Ouro e dois Golden Globe Awards, não é pra menos que ele tenha se destacado em suas personalidades no cinema e TV.  
Fora estas celebridades notáveis, há o diretor britânico Jon Amiel, Diretor e Produtor com 8 filmes e 10 séries em seu portfólio e 23 anos de carreira. Tendo um forte maior para com Romance e Comédia sua ideia para o Núcleo foi produzida e levada as telas, mesmo que tenha desistido na primeira tentativa. 
O filme tem um começo impactante, com um pico de suspense que lhe prende no início, afinal, o que eram as mortes misteriosas e as mudanças climáticas sem sentido? O suspense e curiosidade não dura muito tempo, nosso protagonista Josh Keyes, em sua primeira análise sobre o problema já começa com suas teorias e em seguida as leva para uma figura pública de maior influência, Doutor Zimsky. Como todo filme de catástrofes naturais, é normal que elas acontecessem em intervalos de tempo diferentes e com maiores magnitudes no decorrer do perigo que se alastra. Os efeitos dos desastres não são dos melhores, para um filme de 2003 não podemos exigir muito, afinal a tecnologia dos efeitos especiais estava apenas começando a melhorar para ser igual à que vimos nos tempos atuais.  
No momento de explicação do filme, mais conhecido como seu “meio”, quando vemos os meios de solução para o desastre e sua execução, somos acompanhados com explicações científicas que para os mais estudiosos ou não, fizeram sentido para os leigos, até porque, para que Josh apresentasse-as aos militares dos Estados Unidos, era necessário um raciocínio “resumido” da situação: A rotação da Terra tinha parado seu movimento. Sem o motivo esclarecido, eles têm limites de até 1 ano para salvar a Terra. De início, a salvação parecia impossível, mas nosso gênio egocêntrico dá a esperança de que eles talvez poderiam ser capazes de chegar ao Núcleo da Terra. Somos apresentados a uma das soluções emergenciais para como chegar lá passando pela pressão esmagadora da água, do Manto, e da lava, o Virgílio, a nave que possui a resistência com a ajuda de um material fictício chamado “Unobitanium” o qual, só pelo nome ( Unobtainable = algo que não se pode obter) já temos uma vaga ideia de que não existiria em nosso planeta, fora que não seria possível um material ou qualquer outro tipo resistir ao calor e pressão já citados.   
Na nossa trilha temos uma representação adolescente dos dias atuais, um hacker, ao qual foi apelidado de “Rat” ou Rato no português, o típico carinha que vive dentro do quarto e em seu universo eletrônico ao qual ele comanda como um hacker que invade qualquer coisa em qualquer lugar, sua utilidade no filme foi ser a representação adolescente, como dito antes, para que o público se sentisse mais familiarizado com esse tipo de personagem e também a pessoa responsável por controlar toda informação que circulava nos EUA e no mundo. Sendo sinceros a partir deste ponto que, nenhum sistema hacker ou da web poderia filtrar todos os desastres que aconteciam no filme, seria tecnicamente impossível, fora que existem outros meios de comunicações para propagar informações sem ser a tecnologia. O uso do Rato, embora este erro realístico, foi bem feito e trouxe um pouco de teor cômico no filme, ao qual deveria ter sido melhor manejado. Os diretores e roteiristas deveriam se decidir se era um momento sério, que necessitava o espectador se pôr no lugar do personagem, ou um momento cômico, no qual só damos aquela risadinha por ser algo engraçado, houve momentos no filme em que as piadas e momentos cômicos poderiam ter sido excluídos sem medo, afinal, também é um filme sobre destruição e desastre ao qual poderia ser trabalhado com seriedade em certos momentos.  
Nossos heróis partem na missão, ao qual, para aqueles que conhecem um bom clichê deste tipo de trama de desastre e ficção-científica, sabemos que irão ocorrer mortes que no mínimo dois tripulantes irão voltar vivos. A primeira morte não foi tão surpreendente ou desastrosa, apenas sem sentido, já que ninguém fica a centímetros de um rio de lava quente mesmo com toda experiência militar do mundo, a morte do comandante Robert só serviu para ensinar nossa major Beck que um líder é feito de erros e que o erro dela foi ficar parada enquanto toda missão poderia entrar em colapso se não dessem partida do rio de lava no qual estavam presos. A segunda vem do melhor amigo do nosso cientista louco, com uma boa performance que poderia ter sido melhor vinda de Aaron, o momento de tristeza e desespero para trazer o amigo de volta antes que a parte defeituosa da nave fosse ejetada foi uma morte mais real se comparada as outras, porém, ainda sim previsível. Após isso acontece o “obstáculo” que os quatro heróis restantes têm de resolver, o Núcleo não iria ser reativado, pois sua pressão era diferente da prevista pelos cientistas, um erro de cálculo que levaria a falha na missão, daí surge a solução desesperadora do governo dos Estados Unidos, uma bomba (Destiny) que seria capaz de fazer terremotos aconteceram na região atingida abaixo da terra. Os tripulantes não sabiam e prefeririam achar um outro modo ou até mesmo tentar e falhar, para não pôr em risco um colapso do Núcleo e a destruição total (e mais rápida) da Terra. Há a discussão entre o único que não quer pôr sua vida em custo da última carta, o egoísta Doutor Zimsky, e o resto da tripulação no qual ele finalmente levou o soco que merecia em uma hora e trinta minutos de filme. Após isso ele nos leva a uma resolução plausível, talvez o soco tivesse feito ele raciocinar melhor, ao qual o resto da tripulação decide se arriscar em prol do sucesso mais equivalente: Seria necessário detonar as bombas umas longes das outras em determinado tempo, para que as ondas ficassem mais fortes umas após as outras assim reativando o Núcleo com a energia necessária. Para a execução do plano, é necessária a morte de um dos tripulantes, com exceção do piloto, que era necessária para guiar a nave, já que as roupas foram construídas para suportar apenas 2.000 graus Celsius e o grau para o local que mandariam o escolhido era de 5.000, era óbvio que quem fosse não iria voltar. O que se voluntariou ao sacrifício fora o Doutor Edward, rival de Zimsky, com a velha justificativa que o “capitão afunda com seu barco”, uma morte nobre se comparada as outras. E vêm a mais clichê de todas, a do amargurado e egoísta cientista que do nada, enquanto estava preso em uma das últimas bombas, decidiu que deveria ficar e que Josh deveria ir sem ele, um típico clichê onde o cara babaca encontra nobreza nos últimos minutos de desespero e sacrifício, Zimsky morre na detonação da bomba, sem nem mesmo ele sabendo como foi chegar naquela situação.  
Chegamos ao ponto final do filme, onde sobram apenas a Major Beck e o Cientista bonitinho Josh, nada de novo até agora, ambos num ato de desespero e ideia súbita do cientista, conseguem sair do Núcleo e posteriormente do Manto, para depois ficarem presos perto da saída do Manto. Os dois chegam a aceitar seu destino de morte, como todo quase-casal sobrevivente, mas a ideia de um chamado por meio de ondas sônicas e baleias, algo que apareceu sem nenhum pretexto importante no início do filme quando eles passam das Fossas Marianas. Ambos são salvos e a rotação do planeta também. Como sempre e esperado os Estados Unidos ainda pagam o pato por serem sempre a organização que guarda segredos do público, o hacker no final faz o favor de mostrar ao mundo o que estava escondido, os heróis da Terra e os projetos sujos do governo Estadunidense.  
O filme não foi de todo ruim, mesmo com seus clichês de ficção científica e desastre. Houve momentos em que a comédia poderia ser reservada, que a explicação poderia ser menos demorada e que as mortes não fossem tão exageradas. O seu tempo também poderia ter sido menos curto, para alguém que não está acostumado om duas horas de filme, chegando perto da conclusão a pessoa começa a ficar cansada de assistir ou de rever os mesmos fatos. De fora isto, o filme nos passa muito bem a imagem de como seria se de fato em algum momento, nosso planeta Azul parasse de fazer sua rotação, algo que sempre aconteceu e nunca nos damos conta ou ligamos. Os desastres naturais, a perda da atmosfera, do efeito estufa que nos protege dos raios do sol, do ciclo natural do planeta que se dissolveria em poucos meses e a nossa destruição, tudo isso passado no filme e a sua resolução (por mais fictícia que fosse).

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