Conto de redação
Alunos
Rafaela Lima
Camilla Ferreira
Sislene Ramos
Azucena Gaeschilin
Lucas De Souza Costa
Emilly Menezes
Rafaela Lima
Camilla Ferreira
Sislene Ramos
Azucena Gaeschilin
Lucas De Souza Costa
Emilly Menezes
No verão, ainda nos veremos
Era a mesma data que ele tinha falecido, lembro-me bem do
ano passado, a uns 2 meses antes do acontecido, nós costumávamos ir à praia e
ver o pôr do sol, relatar nossas vivencias, dividir nossos gostos musicais, e,
até compartilhar nossas decepções amorosas. Ele era um bom amigo, e eu agora,
um cara sem um bom amigo. Poderia até afirmar que está tudo bem mais estranho
desde que ele se foi, tá tudo bem mais que triste, mas esse tipo de melancolia
não era lá do jeito dele, Se eu falasse algo assim tão dramático, já podia
espera-lo com um tom de discordância:
-Ah Carlos não seja tão estupido e fantasioso, as coisas nesse mundo vão ser sempre aleatórias e insatisfatórias, pare de acreditar em cosmos, vida após a morte e essas besteiras.
Pra um Jovem de 16 anos como Fernando, o jeito que ele pensava e agia era de um vovô ranzinza, “vovô” esse que me tirava várias risadas e me ajudava nos momentos de tristeza. Eu também fazia um bom papel de amigo, como da vez que fomos ao cinema com a Bia, e como eu tinha convicção que rolava uma química entre eles, sentei na fileira de cima que por sinal eu odeio só pra deixar os dois sentarem juntos, nesse dia me senti um pouco excluído mas tinha que entender que jovens esquecem do mundo quando estão “apaixonados”, pelo menos o filme foi legal, Fernando amava assistir dramas, mas achava péssimo ver alguém fazendo. Hoje ao acordar e ir a caminho da escola encontro Bia e Ruan, eles acenam de longe e logo vem à lembrança de quando eram os três acenando pra mim. Atravesso a rua meio cabisbaixo e logo Ruan percebe:
-aconteceu alguma coisa Carlos? Você parece meio pálido hoje.
logo eu respondo...
- estou bem, é só o clima que está meio frio hoje... E afinal não era pra estar fazendo sol?
nos três nos olhamos com expressão de dúvida, começamos a falar de outras coisas referentes as matérias da escola e logo o assunto sobre o clima cai em esquecimento.
Ruan e Bia parecem não estar tão afetados com a morte de Fernando, afinal já faz 1 ano que ele se foi, mas alguma coisa insiste em me dizer que ainda o verei de novo. Na aula entediante de química, que por sinal Fernando era apaixonado eu observo a chuva pela janela, que não fazia sentido nenhum estar acontecendo naquele dia já que a meteorologia informava pelo meu celular que era pra estar fazendo no mínimo uns 30°c, mas me trazia um gosto de nostalgia bastante saboroso. Eu intrigado com a situação vou até a sala de computadores da escola e pesquiso sobre fenômenos meteorológicos fora de contexto de previsão, já que não fazia nenhum sentido estar caindo esses raios na minha região, e o mais engraçado é que parecia que ninguém tinha dado importância nem ao menos ligado pra isso. Mas eu como era uma pessoa muito curiosa, fui pra casa observando o céu sem parar. Quando estou quase chegando em casa ouço um barulho meio estranho, poderia até dizer que era um dos jogos do Fernando sobre mitologia nórdica, parecia o barulho de um “portal”, e um clarão meio alaranjado bem longe, na direção da casa da Bia. Assustado entro em casa, e mando uma mensagem pra ela pra perguntar o que houve...
- você ouviu isso?
Bia assustada com meu tom ofegante pede pra eu ter calma e respirar:
- Eu não ouvi nada de diferente, deve ter sido algum trovão..
Continuo com aquela sensação estranha de alguns dias, como se alguma coisa fosse acontecer, eu sempre tive isso e todos achavam tolice, mas no final, sempre acontecia.. Então depois de assistir minha serie favorita e fazer algumas atividades de novo me deparo com uma lembrança do Fernando, revendo nossas fotos, vejo uma do aniversário dele de 17 anos, nesse dia ele desejou que nos seus 18 anos a gente pudesse viver alguma coisa bem louca e fora do padrão, afinal ele já ia ser de maior, a gente iria ser a “responsabilidade” dele, e ele amava se sentir responsável. Como já estava tarde eu caio no sono e tenho um sonho bem engraçado sobre um filme bastante legal que eu estava viciado em assistir. O despertador toca e eu acordo rapidamente. Desço as escadas e logo ouço uma voz um tanto quanto conhecida batendo na porta:
-Carlos, Carlos, Carlos, cadê você?
Quando abro a porta meus braços se arrepiam, minha garganta seca e eu me senti como Marty McFly em de “Volta para o futuro”, pois era ele, Fernando, vivo e saudável na minha frente. Eu não tive outra reação a não ser chorar de felicidade e espanto ao mesmo tempo, dou-lhe um abraço e logo trago ele pra dentro de casa, e com rapidez o pergunto:
- COMO VOCÊ FEZ ISSO ?
Fernando confuso não sabia como responder pois achava que estava tudo normal e não sabia que tinha “morrido”. Corro com ele pra casa de Ruan que também fica muito espantado, peço pra Ruan mandar mensagem para Bia enquanto conversamos sobre a situação assustadora. Bia logo chega correndo, e diz que na rua dela tem uma marcação brilhosa no chão e que as pessoas aparentam não estar enxergando, só ela, e eu de alguma forma deduzi que aquilo só envolvia nós quatro, ao mesmo tempo Fernando pedia incessantemente para que a gente fosse pra um rio próximo pois queria sentir um momento especial ao nosso lado. Mesmo que ele achasse que nada tinha acontecido era como ele tivesse se despedindo da gente. Nós pegamos nossas bicicletas e fomos ao local. Lá o rio tinha uma coloração mais azulada e brilhante e Fernando tocava como se aquilo fosse mais valioso que ouro, chamava-nos para cantar próximo ao rio uma das músicas que ele mais gostava. Ruan era o mais assustado, mas ele se sentia feliz com a sensação de poder ver o Fernando de novo, então eles cantaram juntos até se cansar, e Bia percebeu que havia algum barulho estranho acontecendo nas ruas: As pessoas estavam caminhando inconscientemente para a abertura alaranjada na rua dela e se jogando naquele vazio frio e incessante, Quando nos aproximamos da abertura, despertou em Fernando a necessidade de entrar ali até a meia noite, e ele nos disse que poderíamos fazer o que quiséssemos, e quando ele entrasse já estaria tudo bem como se nada tivesse acontecido, e como a gente sempre confiava nele, ao invés de tentar ir contra essa tal “fantasia” que ele mesmo jamais acreditaria, decidimos viver intensamente aquela noite como se fosse a última. Furtamos supermercados para comer chocolates e refrigerantes, fomos até o parque mais próximo e nos divertimos como crianças de 7 anos de idade. Tudo era tão contrário ao jeito do Fernando, mas ao mesmo tempo, o sonho dele de viver algo com a gente se concretizou. O tempo passou tão rápido, que parecia apenas 3 minutos, mas que fossem, eu tinha matado a saudade e provado da verdadeira amizade...
- Valeu por tudo, um dia a gente vai se ver de novo, eu sinto isso
Disse Fernando com um sorriso empolgante enquanto nos redirecionávamos a aquele portal estranho, mas que naquele momento era a única coisa que matava a nossa saudade e tristeza. Então ele entrou, e tudo voltou ao normal como se nada tivesse acontecido. No outro dia a Previsão do tempo acertou, ele não acenou do outro lado da rua enquanto eu ia pra escola, Mas aquele cara tão sério e maduro que ele era, nos deu a chance de provar a sensação mais estranha e legal que alguém podia sentir, e eu sei que sentiria aquilo todos os dias, inverno atrás e inverno, verão atrás de verão.
-Ah Carlos não seja tão estupido e fantasioso, as coisas nesse mundo vão ser sempre aleatórias e insatisfatórias, pare de acreditar em cosmos, vida após a morte e essas besteiras.
Pra um Jovem de 16 anos como Fernando, o jeito que ele pensava e agia era de um vovô ranzinza, “vovô” esse que me tirava várias risadas e me ajudava nos momentos de tristeza. Eu também fazia um bom papel de amigo, como da vez que fomos ao cinema com a Bia, e como eu tinha convicção que rolava uma química entre eles, sentei na fileira de cima que por sinal eu odeio só pra deixar os dois sentarem juntos, nesse dia me senti um pouco excluído mas tinha que entender que jovens esquecem do mundo quando estão “apaixonados”, pelo menos o filme foi legal, Fernando amava assistir dramas, mas achava péssimo ver alguém fazendo. Hoje ao acordar e ir a caminho da escola encontro Bia e Ruan, eles acenam de longe e logo vem à lembrança de quando eram os três acenando pra mim. Atravesso a rua meio cabisbaixo e logo Ruan percebe:
-aconteceu alguma coisa Carlos? Você parece meio pálido hoje.
logo eu respondo...
- estou bem, é só o clima que está meio frio hoje... E afinal não era pra estar fazendo sol?
nos três nos olhamos com expressão de dúvida, começamos a falar de outras coisas referentes as matérias da escola e logo o assunto sobre o clima cai em esquecimento.
Ruan e Bia parecem não estar tão afetados com a morte de Fernando, afinal já faz 1 ano que ele se foi, mas alguma coisa insiste em me dizer que ainda o verei de novo. Na aula entediante de química, que por sinal Fernando era apaixonado eu observo a chuva pela janela, que não fazia sentido nenhum estar acontecendo naquele dia já que a meteorologia informava pelo meu celular que era pra estar fazendo no mínimo uns 30°c, mas me trazia um gosto de nostalgia bastante saboroso. Eu intrigado com a situação vou até a sala de computadores da escola e pesquiso sobre fenômenos meteorológicos fora de contexto de previsão, já que não fazia nenhum sentido estar caindo esses raios na minha região, e o mais engraçado é que parecia que ninguém tinha dado importância nem ao menos ligado pra isso. Mas eu como era uma pessoa muito curiosa, fui pra casa observando o céu sem parar. Quando estou quase chegando em casa ouço um barulho meio estranho, poderia até dizer que era um dos jogos do Fernando sobre mitologia nórdica, parecia o barulho de um “portal”, e um clarão meio alaranjado bem longe, na direção da casa da Bia. Assustado entro em casa, e mando uma mensagem pra ela pra perguntar o que houve...
- você ouviu isso?
Bia assustada com meu tom ofegante pede pra eu ter calma e respirar:
- Eu não ouvi nada de diferente, deve ter sido algum trovão..
Continuo com aquela sensação estranha de alguns dias, como se alguma coisa fosse acontecer, eu sempre tive isso e todos achavam tolice, mas no final, sempre acontecia.. Então depois de assistir minha serie favorita e fazer algumas atividades de novo me deparo com uma lembrança do Fernando, revendo nossas fotos, vejo uma do aniversário dele de 17 anos, nesse dia ele desejou que nos seus 18 anos a gente pudesse viver alguma coisa bem louca e fora do padrão, afinal ele já ia ser de maior, a gente iria ser a “responsabilidade” dele, e ele amava se sentir responsável. Como já estava tarde eu caio no sono e tenho um sonho bem engraçado sobre um filme bastante legal que eu estava viciado em assistir. O despertador toca e eu acordo rapidamente. Desço as escadas e logo ouço uma voz um tanto quanto conhecida batendo na porta:
-Carlos, Carlos, Carlos, cadê você?
Quando abro a porta meus braços se arrepiam, minha garganta seca e eu me senti como Marty McFly em de “Volta para o futuro”, pois era ele, Fernando, vivo e saudável na minha frente. Eu não tive outra reação a não ser chorar de felicidade e espanto ao mesmo tempo, dou-lhe um abraço e logo trago ele pra dentro de casa, e com rapidez o pergunto:
- COMO VOCÊ FEZ ISSO ?
Fernando confuso não sabia como responder pois achava que estava tudo normal e não sabia que tinha “morrido”. Corro com ele pra casa de Ruan que também fica muito espantado, peço pra Ruan mandar mensagem para Bia enquanto conversamos sobre a situação assustadora. Bia logo chega correndo, e diz que na rua dela tem uma marcação brilhosa no chão e que as pessoas aparentam não estar enxergando, só ela, e eu de alguma forma deduzi que aquilo só envolvia nós quatro, ao mesmo tempo Fernando pedia incessantemente para que a gente fosse pra um rio próximo pois queria sentir um momento especial ao nosso lado. Mesmo que ele achasse que nada tinha acontecido era como ele tivesse se despedindo da gente. Nós pegamos nossas bicicletas e fomos ao local. Lá o rio tinha uma coloração mais azulada e brilhante e Fernando tocava como se aquilo fosse mais valioso que ouro, chamava-nos para cantar próximo ao rio uma das músicas que ele mais gostava. Ruan era o mais assustado, mas ele se sentia feliz com a sensação de poder ver o Fernando de novo, então eles cantaram juntos até se cansar, e Bia percebeu que havia algum barulho estranho acontecendo nas ruas: As pessoas estavam caminhando inconscientemente para a abertura alaranjada na rua dela e se jogando naquele vazio frio e incessante, Quando nos aproximamos da abertura, despertou em Fernando a necessidade de entrar ali até a meia noite, e ele nos disse que poderíamos fazer o que quiséssemos, e quando ele entrasse já estaria tudo bem como se nada tivesse acontecido, e como a gente sempre confiava nele, ao invés de tentar ir contra essa tal “fantasia” que ele mesmo jamais acreditaria, decidimos viver intensamente aquela noite como se fosse a última. Furtamos supermercados para comer chocolates e refrigerantes, fomos até o parque mais próximo e nos divertimos como crianças de 7 anos de idade. Tudo era tão contrário ao jeito do Fernando, mas ao mesmo tempo, o sonho dele de viver algo com a gente se concretizou. O tempo passou tão rápido, que parecia apenas 3 minutos, mas que fossem, eu tinha matado a saudade e provado da verdadeira amizade...
- Valeu por tudo, um dia a gente vai se ver de novo, eu sinto isso
Disse Fernando com um sorriso empolgante enquanto nos redirecionávamos a aquele portal estranho, mas que naquele momento era a única coisa que matava a nossa saudade e tristeza. Então ele entrou, e tudo voltou ao normal como se nada tivesse acontecido. No outro dia a Previsão do tempo acertou, ele não acenou do outro lado da rua enquanto eu ia pra escola, Mas aquele cara tão sério e maduro que ele era, nos deu a chance de provar a sensação mais estranha e legal que alguém podia sentir, e eu sei que sentiria aquilo todos os dias, inverno atrás e inverno, verão atrás de verão.
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