Conto
A busca
pelo amor perdido
Ana Caroline
Laísa Santos
Meiriany Mendes
Poliana Almeida
Numa grande e luxuosa casa, vivia um jovem rapaz de 22 anos chamado Miguel, esse era de família nobre e muito bem sucedida, morava com os pais, era estudante de direito, mas sonhava em ser um grande e famoso escritor. Vivia nas amarguras da perda de sua amada Clarisse, uma bela jovem a quem namorou durante dois anos, essa, se mudou para Paris, deixando-lhe uma carta onde não explicava o motivo da sua ida nem do seu término, somente sua despedida e admiração ao rapaz.
Ele sofria de depressão e via em Clarisse, seu único motivo
para viver. E agora que estava sem ela já não tinha mais por que continuar
vivendo. Já não tinha ânimo para nada, não se alimentava, não saía mais de casa
e abandonou uma de suas maiores paixões, os seus estudos. Seus pais sofriam
muito ao ver Miguel naquela situação, e já não sabiam mais o que fazer para
ajuda-lo. Já tinham o levado ao médico, ao psicólogo e nada dava jeito. Miguel
agora tinha em mente tirar a própria vida, seus pais muito preocupados com
isso, decidiram tranca-lo num quarto praticamente vazio sem nenhum utensílio a
que Miguel pudesse usar contra a própria vida.
Numa manhã, seus pais receberam a visita de um velho amigo
de infância chamado Francisco, esse já estava bem mais velho que seus pais. Em
um longo diálogo, seus pais contaram tudo que estava acontecendo com Miguel.
Francisco de imediato foi ao encontro do jovem, entrou no
quarto sentou-se num canto da cama e disse:
- Bom dia jovem rapaz, não te cansas ficar aqui a se mais
dizer e chorar?
- Me deixe em paz, eu não quero ver ninguém!
Francisco com um riso pleno no rosto falou:
- Você é jovem e inteligente, use isso ao seu favor rapaz.
Levantou-se e andou em direção á porta e antes de sair
disse:
- Até mais.
Foi para sala conversar com os pais de Miguel e disse que voltaria ali, todas as manhãs para um diálogo com o jovem. Seus pais não acreditaram que aquilo mudaria muita coisa em Miguel, mas aceitaram a ideia.
No dia seguinte, como prometido, lá estava Francisco, que
foi ao quarto tentou uma conversa amigável, mas Miguel não queria conversar nem
ver ninguém.
A insistência de Francisco aos poucos foi ganhando resultado. Já se passaram 2 meses e 15 dias e agora Miguel já o recebia em seu quarto. Francisco todos os dias estava lá a dar conselhos e ouvir as lástimas de Miguel, inconformado como sempre. Lá ficavam durante toda a manhã conversando, Francisco também levava livros, as vezes liam e até discutiam um pouco sobre eles, e sobre um livro que Miguel pensava em escrever. Francisco já podia ver um pouco de mudança em Miguel. E todos os dias antes de se despedir, sempre repetia:
- Você é jovem, use isso ao seu favor.
Aquilo intrigava Miguel, que não sabia ao certo o que Francisco queria dizer-lhe com aquelas palavras.
Em um certo dia, iniciaram um longo debate sobre o amor,
que fez com que Miguel chorasse muito ao lembrar da sua amada Clarisse.
Francisco ao ver aquelas lágrimas inconsoláveis, perguntou:
- Você a amava de verdade?
- Como tem coragem de me perguntar isso? Ela é uma das
grandes causas para eu está nessa imensa tristeza e sofrimento.
- Não diga isso, não a culpe por um erro seu.
- Erro meu? Quer dizer que ela me abandona sem nem dizer o
porquê, e eu que sou errado? Sinceramente não consigo entender o que quer dizer
com isso.
- Estou tentando entender sua história com a moça, só isso.
Questionamentos precisam ser levantados.
- A cada palavra entendo menos o que quer dizer.
- Somente observe e pense a respeito. Sobre o que pode ter causado
a ida de Clarisse.
- Não entendo como chega a esse questionamento, mas já que
insiste vou tentar pensar sobre isso.
- Ótimo, e lembre-se, você é jovem e inteligente...
- Tá, já sei, use isso ao seu favor... não se cansa de
dizer isso todos os dias?
- Nem um pouco meu querido, até mais.
Tempos se passaram entre manhãs de longas conversas e debates sobre os mais variados assuntos.
Em uma manhã, Miguel acordou mais cedo, já se sentia um pouco mais animado e interessado nas conversas com Francisco. Arrumou o seu quarto e preparou um delicioso café para seu amigo, e sentou-se na cama para espera-lo, e para passar o tempo, pegou um dos livros da sua estante e começou a ler. O tempo passou, já era meio dia, e Francisco não foi para a casa de Miguel, o que o deixou um pouco intrigado, já que desde o primeiro dia que Francisco tentou falar com ele, até os dias atuais, ele nunca tinha faltado, todas as manhãs estava lá.
- As vezes estava muito ocupado.
Pensou Miguel. Que foi dormir e depois passou o resto do
dia a ler seus livros.
Já haviam se passado três manhãs que Francisco não ia ao encontro de Miguel, e não dava notícias, o que o preocupou bastante. Então Miguel decidiu ir procurar saber o que tinha acontecido com Francisco, primeiro perguntou aos seus pais se ele não havia telefonado ou mandado avisar o motivo das suas faltas, esses também não sabiam o que estava acontecendo. Miguel decidiu então ir a casa de Francisco, como nunca tinha ido para lá, pediu que os seus pais o levassem até a casa dele. Miguel muito apressado em saber do seu amigo, se arrumou o mais rápido possível e saiu de casa primeiro que seus pais, pois decidiu espera-los lá fora.
Ao chegar na casa de Francisco, Miguel percebeu que o portão estava encostado, ele o empurrou e entrou, o restante da casa estava trancada, Miguel chamou por Francisco várias vezes, mas não tinha resposta. Um garoto que estava na frente da casa ao lado, vendo aquela agitação e agonia de Miguel, disse:
- Parece que não tem ninguém em casa.
- Acho que não.
Disse Miguel desanimado.
- Você procura pelo seu Francisco?
- Sim, você sabe onde ele tem andado?
- A única coisa que sei, é que ele sai todas as manhãs e
volta ao meio-dia.
- Sim, todas as manhãs ele vai para a minha casa, mas já
tem três dias que ele não vai, e também não avisa suas faltas.
- Bom, era a única coisa que sabia, mas chegue mais perto
da porta, ela parece velha, se deseja realmente saber o que está acontecendo,
force a porta até que ela arrebente.
Miguel ficou meio atrapalhado, mas decidiu fazer o que o garoto tinha dito. Ao chegar perto da porta, percebeu que havia uma carta no chão, mas não deu muita importância para a carta, e tentou forçar a porta, tentou várias vezes, mas não conseguiu, ela parecia velha mas muito forte por sinal. Ficou parado por um tempo olhando para a porta, e pensando aonde poderia achar Francisco, aquela carta no chão, começou a atrair sua curiosidade, então resolveu pega-la, e ao abrir, viu o seu nome na frente dela em letra de forma. E desesperadamente, leu a carta que dizia:
“ É com muita tristeza, que venho através dessa carta lhe dizer que seu grande amigo Francisco, veio a óbito, nesta manhã”.
Miguel terminou de ler a carta com lágrimas nos olhos, e desesperou-se:
- Não! Não! Isso não pode acontecer. O que vai ser de mim? Não Francisco não vá embora.
Ficou ali durante um tempo agarrado a carta e a chorar
compulsivamente a perda do seu amigo. Quando ouviu uma voz dizendo:
- Se acalme meu jovem, eu ainda estou vivo.
Miguel virou-se e viu a sua frente, a imagem de Francisco, o
que lhe causou grande espanto, e muito nervoso, ele disse:
- O que está acontecendo? Eu estou num pesadelo ou você
tentou me enganar?
Francisco sorriu e com uma voz muito tranquila, disse:
- Você passou por um teste meu querido, não se zangues.
- Como pode brincar com isso e pedir que não me zangue?
- Vamos entrar, lá dentro conversaremos melhor.
- Vou para casa! Chega dessa palhaçada.
- Entre meu garoto.
Insistiu Francisco.
- Você precisa refletir comigo, nada disso foi em vão.
Miguel ainda meio intrigado com o que havia acontecido, seguiu Francisco e entrou na casa. Francisco levou-o para uma biblioteca que tinha em sua casa, e ofereceu-lhe um copo de água. E sentaram-se num banco de frente a uma instante de livros. Então Miguel perguntou:
- Por que fizestes isso?
- Já te falei, fiz um teste com você, queria saber qual
seria sua reação diante a notícia. Você repetiu várias vezes que não era para
eu ir embora, não foi?
- Sim, eu falei isso.
- Então, se tivesse tido essa mesma reação com Clarisse,
talvez ela não teria ido embora
- Isso não faz sentido.
- Faz, e muito, você não percebeu que a sua ambição e
desejo por bens materiais, afastaram aos poucos, Clarisse de você.
- Ainda não entendo.
- Você sempre teve tudo, e achou que isso fosse tudo. Em vez
de ter dedicado mais tempo a Clarisse, demonstrando seu amor, se interessou em
enche-la de presentes e riquezas. Me responda quantas vezes disseste eu te amo para
Clarisse?
Miguel ficou meio confuso e não respondeu-lhe a pergunta, pois
nunca tinha dito a Clarisse que a amava.
Francisco continuou:
- E quantos presentes você a deu durante todo o namoro?
Miguel cabisbaixo e meio sem graça disse:
- Já perdi as contas.
Houve um grande silêncio.
Quando de repente, Francisco levantou-se dizendo:
- Meu amigo, não tardarei mais a te dizer, só te peço que
não me culpe e não me condene por isso, mas quem provocou a ida de Clarisse foi
eu.
Miguel ficou ainda mais confuso e falou:
- E agora, o que queres dizer com isso?
- Há um tempo atrás, Clarisse me procurou e me pediu
conselhos para seu namoro, me trouxe queixas da sua falta de carinho, de
atenção e da sua ambição. Clarisse o amava muito, mas se sentia incomodada pelo
seu desprezo. Todos os dias ela desabafava comigo e pedia muitos conselhos,
pois não queria desistir de você. Daí aconselhei que ela fosse embora sem ao
menos te dizer o motivo, para que você se sentisse também desprezado e
começasse a pensar no que havia feito. E assim aconteceu.
- Então porque se aproximastes de mim? para ver meu
sofrimento e zombar da minha cara?
- Muito pelo contrário, me aproximei de você exatamente
para te fazer entender o que é o amor e porque Clarisse se afastou de você. Se
eu não tivesse provocado a ida de Clarisse, jamais mudaria teu comportamento e
um dia provavelmente ela se cansaria de você, fazendo com que seu sofrimento
fosse ainda maior.
- É difícil admitir mas você tem razão.
- Percebestes
- Mas agora o que vou fazer para ter Clarisse novamente?
- Meu amigo, você tem uma grande oportunidade de fazer tudo
da forma certa, basta querer, Clarisse em breve estará vindo ao seu encontro.
- Não sei nem o que te dizer.
- Não me diga nada, apenas compreenda tudo que lhe
aconteceu e use como um exemplo para conquistar Clarisse novamente. Agora
consegue entender o que queria te dizer com, você é inteligente, use isso ao
seu favor.
- Sim, eu achava que a minha riqueza servia para tudo,
principalmente no lugar do meu amor. Agora compreendo que isso não é tudo.
- Muito bem, agora vai, não precisas mais de mim. Vai
reconquistar o teu amor.
Miguel levantou-se e despediu-se de Francisco, agradecendo
muito pelo que ele tinha feito.
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